Nova estação

Estamos no início de setembro (2012) e já sentimos no ar, cheiros de primavera. Flores dos cítricos, das margaridas do brejo, pitangueiras... Hoje ao passarmos ao lado de um mato, eu e meu pai, nos entreolhamos e perguntamos: que cheiro é esse ? Alguma árvore por ali tinha flores que exalavam um perfume adocicado.
Aqui no sul, onde o inverno costuma obrigar a usar agasalhos, hoje pude andar de chinelo e sem camisa, com boné para proteger do forte sol.
Foi um dia muito especial ! Tenho procurado estar mais tempo com meu pai que nasceu em 1929 (83) e reconheço um presente de Deus poder estar convivendo com ele. Cortamos um pé de figueira que cresceu em lugar inadequado, olhamos dois enxames de abelhas muito especiais em buraco de árvores velhas, cortamos fatias de cerne caído para fazer porta-chaves, cochilamos após o almoço, ficamos na fresca conversando....
Foi um dia e tanto !
Havia uma concordância no ar e expressa em palavras:
- O verde da natureza nos acalma. Quando tem outros tons de cores, mostrando a diversidade, nos alegra.
Chamo a d. Maria, esposa do meu pai José, de Maria do mato.
Explico. Por onde ela passa, ela leva muda para sua casa.  Estava eu brincando com ela ao que retrucou: - vc parece meu filho de verdade, pois faz igualzinho...
Não demorou muito e lá estava eu separando uma bromélia diferente, um cacto, uma orquídea silvestre, uma flor de jardim que não conhecia, uma sacola de abacates, duas varas de cana...
Um verdadeiro 'bicho do mato'.
É.... acho que isso me aproxima de Deus: gostar tanto de mato, da natureza.
Que venham as flores, os frutos, os passeios, os banhos, as brincadeiras, os sorrisos !