segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Pés descalços

Estava refletindo sobre meu estilo de vida e sobre uma 'frieira' que saiu entre meus dedos do pé, quando lembrei-me de algumas imagens do passado.  A primeira foi do Jéca Tatú, personagem de Monteiro Lobato, um autor brasileiro de outrora.

Quando nos meus 12 anos, mais ou menos, eu andava muito sem calçado. Eram comum os machucados quando voltava do sítio da minha avó, bem como algumas frieiras entre os dedos. Sem reclamação, era difícil colocar o calçado para ir à escola, na segunda-feira.  Na sexta já estavam curados e tudo pronto para recomeçar.
Mas também não havia limites para nós (eu e os primos Ulisses e Hugo).  Andávamos por todo o lugar durante o final de semana, seja nos gramados, na estrada, na róça (lugar de plantação), nos matos, nas árvores, nos córregos, nas grotas, no barro e era comum pisarmos sobre uma bosta de vaca (estrume/ela deixa uma pasta arredondada, parecendo um bolo), e também sobre cavalos e éguas.  Difícil imaginar isso nos dias de hoje.
Na minha vida vi muitas pessoas descalças, com o calcanhar rachado. Aqueles pés só viam uma botina quando iam para a cidade.  Ainda deve ter alguém assim por esse Brasil afora, lá pelos rincões do interior.
Agora, na fase adulta, depois de dois anos morando em uma área rural,apareceu uma frieira ao lado do dedinho do pé direito, mas foi por andar calçado.   Isso me fez lembrar de tudo o que vai acima e mais um pouco.  Aqui tenho muito o que temer, a começar pelas gripas de pinheiro (Araucária), pelas rosetas na grama, as jararacas e urutus, sem falar nos estrepes e bichos-de-pé. Também a enxada que pode cortar.  Assim, se não estou de tênis, estou com bota ou sapato.  Uma sandália havaiana só no verão.
Como mudei.... não foi só na casca.  Preciso retomar alguns hábitos!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Casulo engenhoso


Ok. Esse post é mais um pedido de colaboração.  Se vc conhece, informe que tipo de inseto sai daí. Até agora eu não consegui descobrir.  Senti o "bicho" mexer dentro; apalpei.

Como deixei em ambiente aberto para que ele não morresse, foi-se.  Um terceiro, coloquei num vidro e na boca uma tela. Não adiantou, pois ele deu uma de ghost e sumiu.
Olha que é difícil encontrar um desses.  Espero ter mais chances.
Foi interessante, pois essa construção fez-me lembrar da arquitetura, já que isso é uma obra-prima de muita engenhosidade.
Borboleta ? Aranha ?

Sapos. Quem gosta deles ???

Pois é !!! Nasci numa cidade do norte do Paraná e não tenho lembrança de ter visto um sapo por lá.  Olha que nasci numa fazenda e vivia pelos riachos, matos, grotas...  Acho que na cartilha do ensino fundamental (era o primário) tinha um sapo na letra "S".  Quando cheguei em Curitiba no ano de 1970, no mês de julho, meu, que era aquilo.  Tinha sapo prá todo lado que vc olhava/andava.
À noite então, próximo dos postes com lâmpada (eles esperam os insetos) tinha reunião de gang's.


O tempo foi passando e as valetas foram dando lugar ao esgoto encanado e os sapos foram desapercebidamente sumindo...  Em contraposição (meu Deus... quanto palavrão...) as aranhas-marrons tiveram sua população aumentada, assim como outros insetos.
Eu não ensinei meus filhos a terem medo, mas sim a respeitar os locais de possíveis habitat de algum bicho.  Assim, lembro-me de uma vez, num verão (cerca de 1984), que um dos meus filhos (Carlinhos) fez a mulherada sair correndo e gritando, pois lá vinha ele com um belo sapão na mão, todo faceiro para mostrar o que ele tinha achado...
Pulando no tempo para 2010, passei a ter a companhia do Tibúrcio.
Um belo exemplar como vcs podem ver pela foto acima.  Difícil de pegá-lo já que é muito grande; talvez uns 20 x 15 cm.  Não é um sapo boi.  Segundo a Wikipédia, há 4.800 espécies de sapos.
Ainda não entendi se ele é macho de verdade ou uma fêmea, pois um dia peguei-o assim como essa foto abaixo ilustra, com ele embaixo.  Na natureza os machos, geralmente ficam por cima.
E aí Tibúrcio ? que time vc joga ?
Com ele aprendi a não ter "nojo" de sapos e sim a aprender a manuseá-los.  Não tem aqueles cáras que pegam cobras, serpentes, escorpiões, etc. ?  Então, estou evoluindo.  Agora, pior do que pegar cobra é pegar uma traíra (peixe).  Muito lisa, mas que sabonete molhado, e com uma boca provida de afiadíssimos dentes....

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Cupim

Senti-me em falta com este blog.  Afinal vi com 'os meus próprios olhos', agora cinquentão, uma rainha de cupim, desses cupinzeiros que crescem no campo. Em falta, porque eu simplesmente guardei essas fotos por muito tempo... Sorry.
Esse inseto faz uma construção interessante, tanto para baixo como para cima do solo.  Cria uma liga que a terra torna-se muito resistente à pancadas e sómente com uma ferramenta afiada e muita disposição, é que vc consegue danificar o citado cupinzeiro.
No detalhe um pequeno cupim próximo da rainha. É de impressionar o tamanho dela. Deveria ter cerca de 8cm, enquanto um cupim deve ter 5mm.
Nós usamos uma tática: com uma grande alavanca, deslocando a base subterrânea; assim como não era tão grande, o tombamos e aos poucos fomos quebrando-o como nessa foto:


Não sou especialista em cupim, mas já ouvi que esse do solo nada tem a ver com aquele que ataca as madeiras.... quem quizer e tiver paciência, pode pesquisar e postar comentários aqui.  Tem uma época do ano que elas saem voando aos montes e são chamadas 'aleluia'; um inseto que voando de repente larga suas asaa e desaparece.  Parece que esse aí é o cupim devorador de madeira.  Se for, eles são bem diferentes.
Mande sua contribuição sobre esses insetos tão desconhecidos.

sábado, 17 de setembro de 2011

Desmatamento, Reflorestamento....


Sempre achei a conversa de desmatamento um pouco estranha.


Pensava quando ainda jovem, que bastaria  1 em cada 10 pessoas plantar uma árvore e haveria uma revolução na paisagem mundial.  Um amigo nipônico pregava que ao construir uma estrada, deveriam plantar nas margens, árvores.  Isso acontece em alguns lugares, mas muito pouco.   Mas, por que não plantam e só reclamam ?
Demagogia ? Ou tem algo por trás disso ?
 Olhe para a história, para as civilizações mais antigas.  Com exceção da Ásia (que eu conheço tão pouco), vemos a África, Europa e América sendo desmatadas sistematicamente ao longo dos séculos.
A Bíblia fala do Cedro do Líbano.  Onde estão ? Acho que só em fotografia.
As guerras consumiram mais lenha do que se pode imaginar.  Imagine um exército de 2.000 homens sitiando uma cidade por um período de dois anos.... Lenha para comida e aquecimento das tropas.  Agora, pensa num exército (isso ao longo da história) maior.... ex. o de Alexandre, os Assírios, os Bárbaros, os Babilônicos, os Egípcios, o Imp. Romano, Otamano...

A partir dos anos 80, creio eu, começaram a mirar a Amazônia, como o ‘pulmão do mundo’.   Uma piada de mau gosto, a  meu ver.   Querem salvar algo que eles mesmos destruíram.  Não poderiam investir na educação preservacionista ? Portanto, dá para suspeitar que o interesse é outro e não tão bonzinho.
O Brasileiro bocó reclama um falso nacionalismo e as ONGs muito espertas vão preparando terreno para, quem sabe, torná-la uma nação independente (do Brasil, é lógico).  Estão fortalecendo o termo nação e ali existem muitas nações indígenas, que de índios mesmo não tem mais nada.  São milhares delas (ong) só no morte do Brasil.

Lá pelos idos de 1950, no norte do Paraná, meu pai (filho de europeu) conta que a machado eles derrubavam árvores, em cuja base trabalhavam 4 machadeiros ao mesmo tempo.  Você pode imaginar isso ?
Como os locais não eram providos de boas estradas, eles eram ‘obrigados’ a queimar toda a madeira e depois fazer a plantação entre o que o fogo não havia devorado.   Conta ele que muitas toras queimavam dias a fio, mesmo debaixo de chuva e ainda ficava aquela enorme tora caída no terreno. Muitos riachos não existem mais, pois foram assoreados.
As curvas de níveis foram implantadas no Brasil na década de oitenta. No Rio Grande do Sul  já havia um deserto (não sei como anda hoje).  Uma história muito recente.   Creio que culturalmente isso não muda assim.   Para mim o brasileiro continua propenso à derrubada, à queimada.


Atualmente (2011) ainda sai madeira pelos rios da Amazônia sem que possamos controlar aquela enorme região, contado com a cumplicidade dos índios que são protegidos por uma legislação bocó, que somente facilita o contrabando de vários produtos, talvez alguns até desconhecidos pela maioria de nós.

O governo brasileiro de 2002 a 2010 foi parceiro do governo da Bolívia,

que incentivou abertamente a produção de folha de coca dentro do país (bolívia), fornecendo aos narcotraficantes a matéria-prima de que necessitavam.  Por conseguinte, o caminho natural para escoar essa produção é pela região amazônica.  Esses não são confrontados, pois são difíceis de serem localizados,  mas produtores de cereais, sediados na reserva Raposa Terra do Sol, esses sim, foram banidos de suas terras eliminando a possibilidade de trabalho para o índio civilizado.
Se formos lá conferir, aqueles índios que trabalhavam nas fazendas de arroz, fazem o que atualmente ?  Com 99% de possibilidade de acertar, estão contrabandeando diamantes, madeira e outros bens preciosos, com a cobertura não nacionalista das Ongs.  O STF (juízes da corte máxima-nomeados pelo presidente - isso mesmo !) tem parte de culpa nisso.


O que posso concluir é que o homem é inclinado a depredar aquilo que é natural.  
Mesmo quando vc é um parlamentar que legisla sentado numa poltrona e que não sabe o que acontece de verdade pelos interiores desse vasto Brasil. 
Ao invés de criar leis, poderiam criar programas educacionais.
Isso eu já vi funcionar com o lixo (Curitiba-Jaime Lerner); pode funcionar como todo o ecossistema. 
Há coisas básicas que todo ser humano pode contribuir. Há conflito de interesses, claro.  Quer um exemplo: uma sociedade ‘moderna e consumista’ frente à comunidade daqueles monges Chineses que só pensam em ficar zen.  Quem está certo ?

Mudando de assunto, o que será do aqüífero Guarani ?  Ninguém fala nada.  Só dá notícia o bocó do pré-sal que só existe em planilhas e gráficos e animações virtuais. Quanta manipulação...
O código florestal brasileiro impõe 20% de reserva legal nas propriedades o que creio estar certo, porém ao lado, na Argentina não existe nenhuma exigência o que levou o plantador de soja Blairo Maggi a investir por lá....  Não poderia investir aqui ?
Segundo a CNA (Confederação Nacional da Agricultura), o grande produtor é o maior preservacionista de nossa mata.  Ele sabe que a água é importante, assim como as abelhas e insetos para polinização das plantas... o que vai aumentar a produção.  Perceberam ?
Nós repelimos o investimento externo, agora estamos repelindo os próprios brasileiros!

11/06;2012 - Plantei hoje mais 4 pés de Imbuia de meu próprio canteiro.

Como analisar ?



A aparência na grande maioria das vezes, pode nos enganar.
Quando vc olha um pé de Videira, exemplificando, alguém menos informado poderia dizer que trata-se de um tronco seco e que não serve para nada. Morreu !

Com o passar do tempo e na estação adequada, podemos ver uma mudança que não deixa dúvida: 
a planta está viva.


E para surpresa de muitos, em curto espaço de tempo, a planta mostra seus braços e seus frutos.  Frutos esses que proporcionarão a alegria de muitos, seja pela fruta, pelo vinho, pela geléia ou doce.


Em formação

Prontos para consumo


Certamente vc pode lembrar-se de muitas coisas que na natureza, portanto, na  nossa vida, pode levar-nos ao engano.  Dá para fazer um caminho inverso a esse aí de cima e começarmos por alguma coisa muito bonita e passarmos o resto do tempo com algo que não te a mínima graça.
Um casamento, por exemplo.  Vc pode casar-se com alguém lindo, cheio de graça e amores, mas aos poucos aquilo tudo desaparece/desvanece e vc passa a tolerar alguém que já perdeu o brilho da vida...
Um cientista diz que não acredita em Deus porque não pode reproduzí-lo em laboratório, ao mesmo tempo ele acredita que além dos planetas já conhecidos, há outros, que ele ainda não viu.  E como ele acredita naquilo que ele não viu e apalpou ? 
Talvez  usando a lógica; assim, pela lógica, eu creio que Jesus é Deus.   
Que coisa estranha não é mesmo !?
A pessoa que não tem fé que Deus criou tantas coisas minuciosas, deve ter a vida muito chata.
Ecologista radical geralmente é uma pessoa chata (desculpe-me aqueles que não o são – que bom);
Normalmente quem gosta da natureza e admira seus detalhes, é uma pessoa mais sensível do que os demais. 
Quem gosta de coisas boas, normalmente é uma pessoa "boa".
Nem sempre ter leis e estatutos gera um ambiente de vida mais saudável; creio que as vezes torna-se um suplício para alguns; um tormento para outros.  Exemplo ? Os plantadores de arroz na reserva Raposa Serra do Sol (acho que é assim) foram expulsos de suas moradias - ocupavam uma pequena faixa da enorme terra da reserva e eram importante economicamente para o estado de Roraima.
Vc já deve ter ouvido de alguém que foi preso por matar um tatu que serviu de alimento à família dele.
Quem sabe os ecologistas poderiam aprender com esses. Talvez morando em várias regiões do interior do Brasil... vivendo com o trabalhador e com o folgado... Certo ou errado ? è só uma opinião diante de tantas....

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Buraco do padre

Fiquei surpreso ao conhecer o tal lugar.

Impressionante o ambiente.  Já havia visto algumas fotos (essas são de celular) na web e também relato do meu filho que foi com seu grupo de escoteiros e se por um lado fiquei impressionado, fiquei indignado com a desvalorização do `Buraco do Padre` como ponto turistico.
Sei  que cada local tem suas caracteristicas peculiares, mas não pude deixar de comparar com o parque de Vila Velha (local próximo).   Em Vila Velha vc anda na `superfície` e aquelas formações rochosas são mais bonitas nas fotos do que ao natural. Não há expressão de vida, são somente rochas.

Roteiro: Para se chegar ao buraco do padre, vc tem uma placa na estrada depois que sai de Ponta GrossaPR, (do bairro Uvaranas) em direção à Itaiacoca.  Depois disso, vc tem uma bifurcação em que vai entrar à esquerda (ali não tem sinalização).  Chegando no chamado `parque` (está todo abandonado) vc deve ir para cima / à direita.
Segue uma trilha e normalmente vai precisar passar numa água rasa ao entrar no buraco. Vá preparado para molhar seus pés e muito cuidado com as rochas.  Uma queda ali não é agradável, como pode estragar todo o passeio.

Olha meu, o local é de surpreender.  Vc vai suspirar e ficar impressionado. As paredes são lindas. Num dos lados as rochas são cobertas de limo verde.  Há muitas camadas/there are many layers.
O formato do buraco é de um bojo, com a boca estreita  alargando-se a medida que chega à base.
A cachoeira que desce por uma parede é muito bela.
Um passeio curto e muito bonito.  Fui agora em junho (inverno) e talvez isso ajudou para que não sofressemos o ataque de insetos.
Não vá só ou em dois.  Procure ir em grupo e fiique alerta já que o local é ermo e sem segurança.
Viajavam comigo: Davi e Smaylon
Visite !!!
siga esse  link do google maps.:

http://maps.google.com.br/maps?ll=-25.17147,-49.969538&spn=0.003078,0.006539&t=h&z=18&msa=0&msid=201714709485257557314.0004a5f18d007525444fb

(selecione e cole no seu navegador).

vc verá esse buraco do lado de cima.

valeu Raphael sua dica.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Gogumelo ? essa é para os botânicos.

Nas minhas andanças pelo bosque (é... temos um bosque) percebi uma formação, presente nos troncos de árvores em decomposição, por isso que eu os designei gogumelos, mas sineceramente fiquei na dúvida.
Eles são muito densos e vc não consegue tirá-los somente com a mão. Até agora, próximos ao solo.
A Parte superior são na cor marrom e branco na inferior.  A inferior é bastante macia, mas não flexível, enquanto a de cima é bastante rígida, mais parecendo com uma pedra e não madeira.
Segue 3 fotos para os especialistas da área nos ajudarem na identificação.
Este último, já deteriorado pelo tempo, é de tamanho significativo: cerca de 30cm.
A foto 02 está coberto por um pó (veio do alto); não é a cor dele.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Fogueira

Se vc nunca esteve diante de uma fogueira, aquela fogueira tranquila, não um incêndio é claro, ainda falta algo importante na sua vida.
Quem já curtiu, sabe que é especial o momento.
Eu já estive só, com mais um, com outros... por pouco tempo, por longo tempo... já passei correndo (é claro) sobre as brasas... Dormi ao lado.
Já curti estralar uma planta que não sei o nome, que quando colocada verde faz um barulho semelhante a um track.  Já urinei sobre... e dei muita risada por isso (quando menino...).
Saltar sobre ela, então... foram muitas vezes.
Quando vc colhe um galho da fogueira e que na ponta dele tem brasa, quantos desenhos vc faz na escuridão ! Quantos inimigos imaginários vc destrói com um golpe de espada !

Ao olhar uma fogueira vc a contempla.  Vê imagens, ouve sons, percorre o seu caminho para o céu.... viaja !
Na foto abaixo, quantos pensamentos vem à mente do Samuel ?
Quantos sentimentos eclodem do seu interior ?
Quantas dúvidas lhe surgem ? Quantas certezas ?

Certamente um momento que ficará marcado pela foto, principalmente, mas também pelas coisas pitorescas do tio dele fumando um charuto, o banco de areia....



segunda-feira, 21 de março de 2011

Imbuia - uma espécie de canela

Postei, creio eu, mais de uma vez algo sobre essa madeira tão nobre e importante para o Brasil que é a Imbuia.   Aqui no sul, principalmente na região do norte de Santa Catarina, haviam muitos produtores de móveis coloniais que só usavam essa madeira.   Sempre a achei charmosa.  Tem um cheiro muito bom quando é serrada.  Estamos morando em uma casa de contrução antiga e vibramos ao encontrar portas e janelas de imbuia.
Bom, assim eu sempre tive curiosidade e olhos atentos para ela, a Imbuia.  Conheci as primeiras árvores em Rio Negrinho-SC., quando já me informavam que as árvores preservadas em áreas mais limpas estavam morrendo.  Possivelmente pelo fato de que elas gostem de estar no meio da mata alta/vurgem.
Em Bocaiúva do Sul, região ao norte de Curitiba, encontrei mais árvores, em melhor estado de saúde do que aquelas de SC.  Assim colhi algumas mudas que foram plantadas com sucesso, no meio de árvores altas ao mesmo tempo em que mais tarde trouxe sementes colhidas no chão, as quais foram para um canteiro construído por mim e meu filho Samuel.  Passaram-se muitos meses.  Criamos dentro de nós uma expectativa se eles iriam germinar, o que acabou ocorrendo muito tempo depois.  Perdi a conta, mas creio que foi mais de seis meses.  Num outro canteiro, com sementes de Tarumã, não germinaram ainda e creio que pela experiência da Imbuia, isso não vá ocorrer.
Após o surgimento das mudas, veio a pergunta: o que fazer com elas, afinal estão muito juntas...

Essa semana tive a idéia de criar um novo capão de madeiras nobres, próximo da rua que dá acesso à nossa casa.  Sem planos eu já havia começado a selecionar os tipos de árvores.  Sei que num ecossistema tem que haver de tudo que a natureza produzir, mas tem um inconveniente muito grande vc manter no meio de um bosque árvores de madeira branca (mole).  Elas tem vida curta e crescem bastante, causando muito estrago quando caem; portanto, eu já não deixo crescer e seleciono as espécies. Gosto de deixar a Bracatinga vermelha (galhada); ela é muito boa para fazer churrasco!!!  Nas fotos que vcs verão a seguir, tem até um pé de Espinheira Santa, nativa (eu não plantei) - veja ela:
Tem também Cedros com mudas de Bocaiúva do Sul - Pr.


Tem os pés nativos de Pinheiro Bravo e Guabirobeiras:
E agora as Imbuias, com o charme de alguns tocos para protejê-las durante as roçadas, o que evita o uso de estacas.  Os tocos são de madeira branca que daqui uns três anos já terão sido absorvidos pela terra.

 
Creio que isso serve de estímulo para alguns que acham muito longo o tempo de crescimento de uma árvore que destaca-se pela sua qualidade; não se iluda, o tempo passa rapidamente.  Já comi pinhão de árvore planta por filho meu, o que leva cerca de quinze anos.  A Imbuia deve levar uns 30 para ficar com porte de árvore, mas se eu não ver, certamente terão testemunhas para dizer quem plantou.
Meu próximo projeto é colocar em árvores dos bosques aqui da propriedade, o nome popular de cada uma.  Vou precisar de um botânico para isso ?  Talvez a Internet me ajude.



segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Comendo penas

Na criação de patos aqui de casa, existem três ambientes bem distintos:
  • berçãrio (dormem trancados)
  • patos de tamanho maior que pintinhos até criarem penas (dormem trancados) já com uma sub divisão para os machucados...
  • jovens, adultos e espaço dos ninhos, tanques
 Sempre que possível, ao sairem dos ovos eu os levo para uma caixa dentro de um paiol (quarto), onde ficam aquecidos por uma lâmpada de 60W num período que pode variar dependendo das condições climáticas; cerca de quatro dias já ajuda para que eles se firmem.

Um erro.
Na fase intermediária, eu estava errando.
Como os pequeninos recebiam ração de crescimento para se fortalecerem  e assim evitar alta taxa de mortalidade, eu acreditava que já tinha feito o necessário e ao mudá-los de 'classe'  deixava-os somente com a quirera e verdes (verdura, seralha, dente de leão, taioba, etc).  No entanto, percebi um mau hábito de alguns: comiam penas tiradas do rabo dos companheiros.  Não era geral e variava muito do tipo de ave; não eram só os maiores.   Comecei suspeitar de uma doença (já havia ouvido que os pintinhos faziam isso) ou de alguma carência vitamínica.  Como a coisa ficou muito séria, com alguns seriamente feridos, precisei tomar uma atitude.
Ao procurar uma pessoa experiente na loja em que compro produtos agropecuários, ela informou que realmente é uma carência de vitaminas, uma vez que a quirera só tem valor energético e o verde não complementa de forma suficiente.

Atitude: comecei a colocar ração de crescimento junto do farelo de  milho; os dois se parecem.  Tenho alternado a quirera de segunda com o farelo de milho.  O farelo de trigo eu já usei, mas como a maioria do trigo vem da Argentina, em alguns momentos o valor torna-se inviável.  Ano passado (10) eu pagava R$ 8,60 o saco; mês de fevereiro/11 estava a R$ 13,50 (inviável).
Aqui eles aceitaram bem a ramada (folhas) da mandioca.
Fica aí a dica para não mudar radicalmente a alimentação das aves.
Sei que isso que vou mencionar é meio utópico e não tão prático, mas quando estiver mexendo com terra e achar uns bichinhos, separe e leve para os patinhos.  Eles são loucos por minhoca e quando acontece de um apanhá-la, sai correndo para não perder o prêmio...
Repolho é uma verdura prática; é só dar uma picada e oferecer à pataiada.  Aos pequenos é bom cortar mais miúdo.  Se vc não planta, é de custo baixo uma caixa.  Se na sua cidade tiver uma central de distribuição, fica mais em conta ainda.  Fiquei sabendo que algumas vezes os produtores jogam fora por não conseguirem um preço mínimo.
link:      http://celepar7.pr.gov.br/ceasa/hoje.asp

Atualizando em 21-mar-2011
Sinto pelo fato de que o clima da região de Curitiba é tão úmido e com tendência mais para baixas temperaturas.  Quando o sol aquece o ambiente é uma maravilha.  Os patinhos crescem sem dificuldade.
Com relação ao acontecimento com o 'traseiro dos patinhos' acabei achando uma solução; pelo menos ajudou.  Comprei um spray de lepicida (aquele com violeta genciana) e passei a usar em toda ave que estivesse com ferimento e percebi que o cheiro inibiu o ataque.  Concomitante, eu observei e tirei do meio aqueles que estavam mais violentos.  Ao começar uma briga  é colocado junto dos adultos, como castigo.  Assim ele tem que aguentar o mundo selvagem !